Santos M. S., Daolio C., Ferreira A. G., Ferreira M. M. C., Figueira G. M., "Uso de RMN de 1H aliada a quimiometria no controle de qualidade do fitoterápico "quebra-pedra"" ["Use of 1H NMR coupled with chemometrics in quality control of phytotherapeutic "stone breaker""]. Águas de Lindóia, SP, 19-22/05/2006: 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - Química e Energia: Transforma a vida e preserva o ambiente [29th Annual Meeting of the Brazilian Chemical Society - Chemistry and Energy: Changing Life and Preserving Environment], CDROM online, (2006) T0824-2. Poster QA-122.
Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Uso de RMN de 1H Aliada a Quimiometria no Controle de Qualidade do Fitoterápico "Quebra-Pedra"
Maiara da S. Santos*1 (IC), Cristina Daolio1 (PG), Antonio G. Ferreira1 (PQ), Márcia M. C. Ferreira2 (PQ), Glyn Mara Figueira3 (PQ)
1Laboratório de RMN, Departamento de Química - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos/SP. 2IQM-Unicamp, Campinas/SP. 3CPQBA-Unicamp, Campinas/SP - *maiarasantos@polvo.ufscar.br
Palavras Chave: Phyllanthus niruri, RMN, quimiometria
Introdução
O emprego de
plantas medicinais na prevenção, tratamento e cura de distúrbios,
disfunções ou doenças tem evoluído ao longo
dos tempos desde as formas mais simples de tratamento local até
as formas tecnologicamente sofisticadas da fabricação industrial1,2.
Entretanto os meios de produção, comercialização
e de controle de qualidade das plantas utilizadas como fitoterápicos
ainda não tem recebido dos órgãos responsáveis
os cuidados necessários ao seu desenvolvimento1,
gerando assim falta de confiabilidade pela população e pelos
profissionais na área de saúde. Apesar disso, nota-se não
só uma crescente utilização de fitoterápicos
no mercado nacional como uma expansão na diversidade das espécies
utilizadas.
Dentre as plantas
que tiveram seu estudo fitoquímico concluído, bem como ensaios
farmacológicos para comprovar sua eficacía, encontra-se o
Phyllanthus
niruri. Este, popularmente conhecida como "quebra-pedra", é
muito utilizado no trato do aparelho urinário3.
Um dos problemas
enfrentados no mercado deste fitoterápico é que na maioria
das vezes, dada a semelhança fisiológica da planta como um
todo, acaba-se consumindo as diferentes espécies de Phyllanthus
sem nenhum critério.
O interesse
específico desse trabalho é o desenvolvimento de uma metodologia
para atuar no controle de qualidade do "quebra-pedra", através da
RMN de 1H aliada a quimiometria.
Resultados e Discussão
Para a realização
da análise de RMN de 1H foram utilizados
extratos aquosos de cinco amostras comerciais. Utilizou-se esse tipo de
extrato pelo fato do mesmo ser a forma usual de ingestão do fitoterápico
("cha de quebra-pedra").
Os espectros
foram adquiridos em triplicata, utilizando-se a seqüencia de pulso
com pré-saturação utilizando-se ondas contínuas
(zgpr) para a supressão do sinal da água e submetidos à
análise quimiométrica por componentes principais (PCA).
Observa-se
na Figura 1, que três das amostras analisadas se agruparam, porém
o mesmo não ocorreu com as outras duas amostras. Isso não
era esperado, já que todas as cinco amostras foram comercializadas
como "quebra-pedra", portanto todas deveriam agrupar-se. Este resultado
preliminar indica que possivelmente há alguma irregularidade nos
produtos comerciais. Possivelmente utilizou-se diferentes espécies
e/ou as amostras contêm impurezas de outros vegetais.
Figura 1. Gráfico de Scores (PC1xPC2. 32,2% e 23,2% respectivamente) das amostras analisadas.
A próxima etapa deste trabalho será análise de RMN de 1H para plantas do gênero Phyllanthus identificadas botanicamente. Estas serão fornecidas pelo herbário do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) - UNICAMP. Em seguida, realizar-se-á a inclusão dos dados obtidos às amostras comerciais aqui analisadas para uma possível determinação da espécie das mesmas.
Conclusões
A metodologia
a ser desenvolvida mostrou ser, até o presente momento, uma ferramenta
analítica simples, prática e eficaz. Porém resultados
mais conclusivos só serão obtidos nas próximas etapas
deste trabalho, ou seja, após a análise das amostras padrão
e posterior comparação com as amostras comerciais.
Agradecimentos
FAPESP, CNPq e CAPES
____________________________
1Honda, N. K.;
Vilegas, W. Plantas Medicinais no Brasil, Instituto Plantarum de
Estudos da Flora LTDA, 2002, 13 e 19.
2Teske, M. &
Trentini, A. M. "Compêndio de Fitoterapia". Curitiba: Herbarium Laboratório
Botânico, 1995.
25a Reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Química - SBQ
English
Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Use of 1H NMR Coupled With Chemometrics In Quality Control of Phytotherapeutic "Stone Breaker"
Maiara da S. Santos*1 (IC), Cristina Daolio1 (PG), Antonio G. Ferreira1 (PQ), Márcia M. C. Ferreira2 (PQ), Glyn Mara Figueira3 (PQ)
1Laboratório de RMN, Departamento de Química - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos/SP. 2IQM-Unicamp, Campinas/SP. 3CPQBA-Unicamp, Campinas/SP - *maiarasantos@polvo.ufscar.br
Key Words: Phyllanthus niruri, NMR, chemometrics
Introduction
The use of
medicinal plants in prevention, treatment and cure of disturbances, malfunctions
or diseases has been evolved during the time, from simple forms of local
treatments to technologically sophisticated forms of industrial production1,2.
The means of commercialization and quality control of phytotherapeutic
plants have not been yet recognized by institutions responsible for their
development1, what causes inconfidence
of the population and health professionals. Hovewer, the increse in use
of phytotherapeutics on the national market can be observed together with
the explosion of the number of diverse plants.
Phyllanthus
niruri is one of the plants for which exist complete phytochemical
studies and pharmacological bioassays proving their efficacy. The plant
is known as "stone breaker" because of its wide use in the treatment of
urinary system3.
A difficulty
related to this phytotherapeutic on the market is that most times, due
to the physiological similarity of this plant with others, different Phyllanthus
species are consumed without any selection criteria.
The purpose
of this work is to develop a methodology for the quality control of the
"stone breaker" by means of 1H NMR coupled
with chemometrics.
Results and Discussion
Aqueous extracts
of five commercial samples were prepared for the 1H
NMR analysis. This type of extracts was used because the phytotherapeutic
is applied orally in the same form ("the stone breaker's tea").
The spectra
were recorded in triplicates, by using the pulse sequence with pre-saturation
and continuous waves (zgpr) to supress the water signal and submit the
data to the chemometric analysis of principal components (PCA).
Figure 1 shows
that three samples are groupped whilst the other two are not groupped.
This was not expected because all the five samples were commericalized
as "stone breaker" and consequently, all should form one group. This preliminary
result indicates a possible irregularity of the commercial products. Probably
different species were used and/or the samples contained impurities from
other plants.
Figure 1. Scores Plot (PC1xPC2, 32.2% and 23,2%, respectively) of the analyzed samples.
The next phase of this research will be the 1H NMR analysis of plants from the botanically identified Phyllanthus genus. The samples will be provided from the herbarium of the Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) - UNICAMP. After this, the data of the commercial samples analyzed in this work will be added to determine the species of these samples.
Conclusions
The developed
methodology showed at the present moment to be a simple, practical and
efficient analytical tool. More conclusive results will be obtained in
the next phases of this work i.e. after the analysis of standard samples
and their comparision with commercial samples.
Acknowledgements
FAPESP, CNPq and CAPES
____________________________
1Honda, N. K.;
Vilegas, W. Plantas Medicinais no Brasil, Instituto Plantarum de
Estudos da Flora LTDA, 2002, 13 e 19.
2Teske, M. &
Trentini, A. M. "Compêndio de Fitoterapia". Curitiba: Herbarium Laboratório
Botânico, 1995.
25a Reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Química - SBQ