164.

Boffo E. F., Tavares L. A., Alcantara G. B., Ferreira A. G., Ferreira M. M. C., "Determinação da origem biossintética de vinagres utilizando-se as técnicas SNIF-NMRm RMN de 1H e quimiometria" ["Elucidation of the biosynthetic origin of vinegars using SNIF-NMR and 1H NMR techniques and chemometrics"]. Águas de Lindóia, SP, 19-22/05/2006: 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - Química e Energia: Transforma a vida e preserva o ambiente [29th Annual Meeting of the Brazilian Chemical Society - Chemistry and Energy: Changing Life and Preserving Environment], CDROM online, (2006) T1250-2. Poster QA-200.



Português

Sociedade Brasileira de Química (SBQ)

Determinação da origem biossintética de vinagres utilizando-se as técnicas SNIF-NMR, RMN de 1H e Quimiometria

Elisangela F. Boffo1* (PQ), Leila A. Tavares1 (PQ), Glaucia B. Alcantara1 (PQ), Antonio G. Ferreira1 (PQ), Márcia M. C. Ferreira2 (PQ). efbotto@yahoo.com.br

1Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, Departamento de Química, UFSCar, São Carlos, SP.
2Instituto de Química, UNICAMP, Campinas, SP.

Palavras Chave: Vinagre, Quimiometria, SNIF-NMR

Introdução
   Muitos alimentos podem ser adulterados em função do seu alto valor agregado1 ou de variações climática e que acabam afetando a sua produtividade2.
   O vinagre também pode passar por processos de adulterações como a adição um vinagre oriundo de uma planta C4, como a cana de açúcar, de obtenção fácil e de baixo custo em nosso país, para aumentar a produção de um obtido a partir de uma planta C3, como uva, diminuindo o custo dessa produção.
   Uma forma de verificar a adição de um produto não declarado é utilizar a técnica SNIF-NMR. Para o vinagre ela é baseada na razão do conteúdo isotópico 2H/1H para a metila do ácido acético, que varia dependendo da planta que o origina (C3, C4 ou CAM).
   Outra forma de determinar a origem biossintética dos vinagres é através dos métodos quimiométricos, que se destinam a agrupar amostras que possuam características comuns a um mesmo grupo e distinuí-las das amostras com características diferentes3. Além disso, transformam dados complexos em dados mais simples e ressaltam as informações mais relevantes4.

Resultados e Discussão
   Nesse estudo foi possível determinar a relação isotópica 2H/1H dos vinagres originados das plantas C3 e C4, mas não claramente daquele oriundo de uma planta CAM. Além disso, verificou-se que os vinagres obtidos de plantas C3 não foram adulterados com os de plantas C4. Os valores da relação isotópica encontrados são mostrados na Tabela 1.
   Para os agrins, vinagres obtidos de uma mistura de álcoois de cana e da uva, observou-se valores entre 115,2 - 129,3 ppm. Nessa análise verificou-se que existem diferentes proporções do ácido acético oriundo da cana e da uva nas composições dos vinagres, havendo, portanto, a comercialização sem distinção de produtos comerciais com diferentes qualidades.

Tabela 1. Relação isotópica 2H/1H dos vinagres.
_____________________________________________

            Vinagre                   Relação 2H/1H (ppm)
_____________________________________________

                C3                                98,6 - 111,8

                C4                              129,5 - 129,9

              CAM                                  106,0

   Ác. acético sintético                     153,5
_____________________________________________

Na Figura 1 vemos o dendograma onde foram discriminados cinco diferentes grupos para os vinagres analisados. Além de separar os vinagres C3 e C4 podemos ver que foi possível separar entre amostras feitas industrialmente e artesanalmente.

Figura 1. Amostras de vinagres discriminadas conforme o tipo, pelo HCA.

Conclusões
   Utilizando-se as técnicas de RMN de 1H e SNIF-NMR, aliadas à quimiometria, discriminamos entre os vinagres obtidos a partir dos ciclos biossintéticos C3 e C4, e também as amostras industriais e artesanais.

Agradecimentos
CAPES, CNPq e FAPESP.
____________________________
1Ogrinc, N.; Kori, I. J.; Spangenberg, J. E. e Kidric, J. Anal. Bioanal. Chem.2003, 76, 424.
2Pupin, A. M.; Dennis, M. J.; Parker, I.; Kelly, S.; Bigwood, T. e Toledo, M. C. F. J. Agric. Food Chem. 1998, 46, 1369.
3Ferreira, M. M. C., Quimiometria, notas de aulas, 2003.
4Massart, D. L.; Vandeginste, B. G. M.; Deming, S. M.; Michotte, Y. e Kaufman, L. Chemometrics: a textbook. Amsterdam, Elsevier Science B. V., 2001.
 
 

25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ


English

Sociedade Brasileira de Química (SBQ)

Elucidation of the biosynthetic origin of vinegars using SNIF-NMR and 1H NMR techniques and chemometrics

Elisangela F. Boffo1* (PQ), Leila A. Tavares1 (PQ), Glaucia B. Alcantara1 (PQ), Antonio G. Ferreira1 (PQ), Márcia M. C. Ferreira2 (PQ). efbotto@yahoo.com.br

1Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, Departamento de Química, UFSCar, São Carlos, SP.
2Instituto de Química, UNICAMP, Campinas, SP.

Key Words: Vinegar, Chemometrics, SNIF-NMR

Introduction
   Many foods can be adulterated depending on their aggregation conditions1 or climatic variations, what affects their productivity2.
   A vinegar can be adulterated by addition of a vinegar from a C4 plant, as for example, sugarcane that is easy and of low cost to cultivate in our country. This is a practice to increase the product of a vinegar from a C3 plant, as for example, grape, to lower the production costs.
   One way to detect the addition of a unspecified procut is to use the SNIF-NMR technique. In case of a vinegar, the technique is based on determination of the isotopic ratio  2H/1H for methyl group of acetic acid. The value of the ratio depends on the plant of the vinegar's origin (C3, C4 or CAM).
   Another way to elucidate the biosynthetic origin of vinegars is via chemometric methods, which tend to put the samples with common features into the same group and to distinguish them from the samples with different characteristics3. Moreover, the methods transform complex into simpler data and extract the most relevant information4.

Results and Discussion
   In this study, it was possible to determine the isotopic ratio 2H/1H of the vinegars from the C3 and C4 plants, but the analysis was not so clear for vinegars from a CAM plant. Besides, it was confirmed that the vinegars from C3 plants were not adulterated with those from C4 plants. The values of determined isotopic ratios are in Table 1.
   For the agrins, vinegars obtained as mixture of alcohols from sugarcane and grape, values from 115.2 to 129.3 ppm were observed. Different ratios of acetic acids originated from sugarcane and grape were detected in the vinegars during this analysis, meaning that commercial products of different quality are not distinguished in the market.

Tabela 1. Isotopic ratio  2H/1H of the vinegars.
_____________________________________________

            Vinager                     Ratio 2H/1H (ppm)
_____________________________________________

                C3                                98.6 - 111.8

                C4                              129.5 - 129.9

              CAM                                  106.0

   Synthetic acetic ac.                      153.5
_____________________________________________

It is visible in the dendogram in Figure 1 that five different groups of vinegar samples were distinguished. Besides the separation of C3 and C4 vinegars, distinction between the industrially produced and homemade samples was also observed.

Figure 1. Vinegar samples distinguished by type, using HCA.

Conclusions
   By using 1H NMR and SNIF-NMR techniques coupled with chemometrics, we could discriminate vinegars obtained in biosynthetic cycles C3 and C4 and also those industrially produced and homemade vinegars.

Acknowledgements
CAPES, CNPq and FAPESP.
____________________________
1Ogrinc, N.; Kori, I. J.; Spangenberg, J. E. e Kidric, J. Anal. Bioanal. Chem.2003, 76, 424.
2Pupin, A. M.; Dennis, M. J.; Parker, I.; Kelly, S.; Bigwood, T. and Toledo, M. C. F. J. Agric. Food Chem. 1998, 46, 1369.
3Ferreira, M. M. C., Quimiometria, notas de aulas, 2003.
4Massart, D. L.; Vandeginste, B. G. M.; Deming, S. M.; Michotte, Y. and Kaufman, L. Chemometrics: a textbook. Amsterdam, Elsevier Science B. V., 2001.
 
 

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